Carta Aberta

POR QUE SOU CANDIDATA?


Prezados(as) companheiros(as) Servidores(as) e Estudantes. Paz e Bem!!

I- ‘A melhor definição que conheço da palavra companheiro é: COMPANHEIROS, são aqueles que repartem, compartilham o mesmo pão.’(HC)


Ao iniciar este texto, vocês não imaginam como estou emocionada!! São diversos sentimentos bons que me envolvem, dada à importância e responsabilidade do conteúdo da resposta que encerra em seu título: por que sou candidata à Direção Geral do câmpus Campos-Centro do nosso IFFluminense? Tarefa difícil para expressar em poucas linhas...
Inicio, afirmando, que sou apaixonada por nossa Instituição, isso mesmo, após 29 anos compartilhando a história coletiva de Escola Técnica, de Cefet, e, hoje, Instituto Federal, tenho a convicção, que encontrei a melhor Instituição Pública e os(as) melhores companheiros(as) de caminhada – Servidores(as) e Estudantes, no árduo, mas também prazeroso mundo deste trabalho. Muito mais da metade da minha vida se entrelaçam com a vida dessa Instituição. ASSIM, SOMOS CONSTRUÍDOS COLETIVAMENTE, SOMOS FRUTOS COMPARTILHADOS DO TEMPO NESSE ESPAÇO E DAS RELAÇÕES HUMANAS AQUI ESTABELECIDAS. Aqui me tornei uma trabalhadora, professora e servidora pública, um ser humano feliz, uma Mulher emancipada e esperançosa. Sei que centenas de outros(as) companheiros(as), que já passaram por aqui, que ainda estão, e os que estão chegando, tem também a compreensão do valor e gratidão dessa Instituição na construção de nossas vidas. Compreendendo que cada um de nós – Servidores(as) e Estudantes, desta ‘casa comum’, não se constrói sem o outro,  POR ISSO SOU CANDIDATA!

II- ‘Para além, muito além, dos egoísmos individuais, dos egoísmos de classe, dos egoísmos nacionais, é preciso abraçar, sorrir, trabalhar.’(HC)

 Meu amor e dedicação a esta Instituição, se consolidaram, porque sua história, foi e é marcada por uma edificação coletiva, generosa, competente, responsável e comprometida, com a CONSTRUÇÃO PERMANENTE DA AUTO-GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ESPAÇO PÚBLICO. Eis um direito conquistado por nós, trabalhadores-servidores em nosso país e aqui – constituirmo-nos em Servidores(as)-Dirigentes do nosso destino!!!  Eis uma tarefa difícil, desafiante e entusiasmante ao mesmo tempo – construir relações democráticas, alimentada a cada passo, porque não nascemos ‘sabendo fazer’, vamos aprendendo, uns com os outros, sem personalismos e no exercício do tempo. Jamais transigindo na defesa dos princípios democráticos, fomos acumulando um ‘tesouro’, de profundo respeito entre nós, de mansidão, de coerência, de abertura ao diálogo e da maturidade e tranqüilidade diante das adversidades e do contraditório, colocando a nossa Instituição sempre acima dos interesses particulares. Defendendo o espaço público democrático, o ‘tesouro’ do respeito entre nós e trabalhando para realizá-los, POR ISSO SOU CANDIDATA!

III- ‘Diante do novo que traz a experiência sistêmica, não te imponhas como inevitável total. Vai como parcela indissociável.’(GV)

O câmpus CAMPOS-CENTRO do nosso IFFluminense, diante da história centenária, que, generosamente hoje, se expressa numa Instituição multicampi, onde somos parte de uma totalidade, tem um papel singular a ser alcançado diante da recente  institucionalidade: SUA FORÇA ESTÁ NA UNIDADE DE SEUS SERVIDORES E SEU CRESCIMENTO ESTÁ NA CAPACIDADE DE ABERTURA AO NOVO, CONSTITUINDO-SE SOLIDARIAMENTE COMO REFERENCIAL NOS EXERCÍCIOS DA COOPERAÇÃO, DA AUTONOMIA COMPARTILHADA, DA HONRADEZ COM A NOSSA TRADIÇÃO DE  TRABALHO E PRODUÇÃO DE QUALIDADE SOCIALMENTE REFERENCIADOS. Tudo isso, articulado com os demais câmpus e Reitoria, fortalecendo o Instituto Federal – a totalidade que reúne ‘as partes’, de maneira indissociável.
Diante disso, ao câmpus Campos-Centro, cabe ser uma referência no contexto da concepção de ‘Rede’ - nosso formato institucional. Mais um desafio histórico colocado para nós Servidores(as) e Estudantes do câmpus, onde não cabem competição, auto-suficiência, fragmentação, ‘vôo solo’, entre as partes envolvidas institucionalmente. Defendendo e buscando realizar coletivamente no câmpus Campos-Centro a concepção de governança integrada, POR ISSO SOU CANDIDATA!

IV- ‘Vamos precisar de todo mundo, um mais um, é sempre mais que dois, pra melhor juntar as nossas forças, é só repartir melhor o pão, recriar o paraíso agora, para merecer quem vem depois.’(BG)

Trabalharmos em uma Instituição Pública de Educação, Ciência e Tecnologia, única no seu formato, cuja função primeira, é PROMOVER A INCLUSÃO SOCIAL DE QUALIDADE, CONVIVENDO COM OS DESAFIOS DA INTEGRAÇÃO, DA VERTICALIZAÇÃO DE SEUS NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO, DA PROMOÇÃO DA INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO-PESQUISA-EXTENSÃO E DAS PROFUNDAS MUDANÇAS CONTEMPORÂNEAS NO MUNDO DA PRODUÇÃO E DO TRABALHO, torna-se uma tarefa sem precedentes, para nós servidores(as), porém possível de oferecermos à população brasileira. A possibilidade vem de algo concreto – os(as) Servidores(as) de ‘nossa casa’ possuem um ‘patrimônio’ individual e coletivo, de competência técnico-humanista extraordinária, são altivos(as) e emancipados(as), protagonistas na realização da missão institucional do nosso câmpus Campos-Centro e do IFFluminense.
Precisamos, com este ‘patrimônio’ individual e coletivo, e, diante do formato de nossa Instituição, de um ambiente profundamente pedagógico-humanista, onde possamos, através do diálogo, do debate respeitoso com as diferenças de competências, idéias e proposições, promovermos a ‘transmissão, a produção e a partilha do pão do conhecimento’ dos docentes e técnico-administrativos. Concebendo com clareza os conteúdos e métodos de cada desafio posto acima, reconhecendo-os articuladamente, como o caminho de um desenvolvimento institucional perene, preocupado com o presente, mas também com o futuro de nosso país e das gerações vindouras de brasileiros. Defendendo o protagonismo generoso dos(as) Servidores(as) e sua competência em realizar Educação, Ciência e Tecnologia com qualidade emancipadora, POR ISSO SOU CANDIDATA!



V- ‘Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara. Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória não existimos, sem responsabilidade talvez, não mereçamos existir’(JS)

Algumas ameaças sutis ‘rondam’ o exercício democrático em nosso país, como o individualismo, a falta de memória, as convicções orgulhosas, o ‘fetiche’ do poder, enquanto prestígio e bem privado, o falso-moralismo e a intolerância em viver na pluralidade. Convivemos com elas, traduzidas na forma de um fazer político temerário, personalista, desrespeitoso, preconceituoso e clientelista, que confundem o ‘pessoal/privado com o público/institucional’, muitas vezes de forma inescrupulosa, sem nenhum cuidado com as pessoas e com as experiências e instituições democráticas.
Outras vezes, os discursos, oportunisticamente, aparecem em ‘defesa da democracia’, mas a relação com o contraditório, é feita de artifícios como o denuncismo, o anonimato, a intimidação, a desqualificação, que, em regimes e ambientes democráticos, expressam em covardia, em incompetência em lidar com as relações de poder e em possibilidade de desestabilização da ordem democrática. Com grande ‘pirotecnia’, também apresentam-se de forma a confundir legalismo com democracia, de outra, atuam de forma indiferente e desrespeitosa com os pressupostos mínimos do comportamento e legalidade republicana. A História nos ensina e precisamos cultivar a memória.
É claro que na trajetória político-democrática de nossa Instituição, muitos obstáculos desse tipo foram encontrados. Convivi desde a minha infância, juventude e início da idade adulta (já com meus quatro filhos), com os ‘longos anos de ditadura’ em nosso país e já aqui em nossa Instituição. Entretanto, como foi bom participar ativamente e coletivamente do alvorecer democrático nacional e aqui nesta casa, dando gratuitamente ‘nosso sangue’ e arriscando nossas vidas!! Como o tempo e a participação vão lapidando nossa maturidade para compreender a difícil construção desse processo, nos colocando sempre atentos aos ‘simulacros’ de democracia!!
Como democracia em nosso país e em nossa Instituição, é coisa muito recente, todos nós estamos aprendendo a construí-la, sabendo o quanto custa na ‘carne’ o Estado de Direito – daí vem minha esperança ativa, a minha admiração pelo espaço democrático de nossa Instituição e querendo continuar responsavelmente participando de sua construção, POR ISSO SOU CANDIDATA!


VI- ‘Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos.’(CC)

 Meus sentimentos serenaram ao longo da elaboração deste texto, onde, brevemente respondi – por que sou candidata à Direção Geral do câmpus Campos-Centro do IFFluminense.
1-              Comprometo-me como Servidora-Dirigente tratar com respeito, afeto e responsabilidade, nosso câmpus, seus servidores e estudantes.
2-              Comprometo-me como Servidora-Dirigente a defender e contribuir com o aprofundamento da auto-gestão democrática, para que esta, se torne o fundamento do nosso crescimento profissional nesta Instituição de Educação, Ciência e Tecnologia.
3-              Comprometo-me como Servidora-Dirigente, a contribuir na construção de um câmpus, que seja um celeiro de produção de competências técnicas e ético-política, no Ensino, na Pesquisa, na Extensão e nas Atividades Pedagógico-Administrativas, dando respostas aos nossos Estudantes e às necessidades da Sociedade, a quem devemos nosso trabalho.
Por fim, me inspiro em D.Helder Câmara, entendendo que nossa Instituição, com seus Servidores e Estudantes são um tesouro, feito um ‘colar de pérolas’: “Diante do colar, belo como um sonho, admirei, sobretudo, o fio, que unia as pérolas, e se imolava anônimo, para que todos fossem um.”  Que bom entender qual o papel do servidor-dirigente, POR ISSO SOU CANDIDATA!

(Nota: HC = Helder Câmara; JS = José Saramago; CC = Charles Chaplin; BG = Beto Guedes; GV = Guiomar Valdez)