quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

APOIO A NOSSA CANDIDATURA


PORQUE APOIAMOS A CANDIDATURA DE GUIOMAR


Antes de explicar tal posição política entendemos que é preciso contextualizá-la. As disputas por cargos de gestão no IFF, e desde o período em que éramos CEFET, têm sido marcadas por uma forte bipolarização de dois grupos que se revezam na direção e inclusive os mesmos surgem um a partir do outro através de sucessivas rupturas. Esses grupos têm sido marcados por uma forte postura governista nos dois lados que disputam esta eleição, mesmo, a terceira candidatura apresentada como alternativa à bipolarização não tem feito a devida crítica a política educacional do MEC e do governo Dilma. Tal quadro se configurou devido à desarticulação do movimento sindical e estudantil que acaba cooptado por uma política assistencialista que tem caracterizado ambos os lados na disputa por apoios.
Nesse ano de 2011 nossa categoria foi à luta contra a intransigência do governo Dilma e arrancou pequenas vitórias, mas vitórias, e demonstrou que passa por um profundo processo de renovação de quadros. O ano de 2012 promete não ser muito diferente, pois desde já o governo mostra toda sua forma truculenta de tratar os trabalhadores e continua a se negar a receber o SINASEFE nos GT’s sobre carreira. Nesse contexto, é extremamente importante a unidade da luta do conjunto do funcionalismo público para o próximo ano. No campo da educação, a campanha dos “10% do PIB para educação pública já” foi um sucesso e demonstrou a disposição de luta de vários companheiros do movimento.
No âmbito da nossa política interna temos assistido uma forte adaptação das direções do IFF no sentido de submeter os processos educacionais, de pesquisa e de extensão aos interesses da iniciativa privada. No caso da extensão, a mesma chega a ser caracterizada como parceria com a iniciativa privada, inclusive com empresas do mega capitalista Eike Batista, e no caso da implementação do super Porto do Açú, sua ofensiva sobre as comunidades tradicionais de São João da Barra tem até mesmo atentado contra a vida das pessoas, como relata pesquisadora da UFF. Ainda o avanço do papel privatizante das fundações, que tem sido alvo de denúncias em várias instituições brasileiras e dos projetos de aceleração de formação (PRONATEC e outros) mostram que existem as verbas para investir na educação, desde que aumentemos nossa carga horária para ganhar um extra temporariamente. Agora, aumento real de salário, nada.
O(a) futuro(a) diretor(a) tem que estar comprometido com as lutas dos movimentos sindical, estudantil e popular no combate à política privatizante da educação pública federal, tem que estar na defesa dos “10% do PIB para educação pública já”, tem que rever a concepção de ensino, pesquisa e, principalmente, extensão na nossa instituição, tem que romper a relação com a fundação, ampliar os fóruns democráticos com a participação das organizações estudantis e do nosso sindicato e ser o porta-voz do movimento na crítica a política educacional do governo Dilma que expande de forma precária a rede federal de ensino no Brasil e que não dá as devidas condições de trabalho.
Por acreditar que hoje só uma candidatura tem se mostrado coerente com essas bandeiras é que abrimos publicamente nosso apoio à companheira Guiomar. Durante sua trajetória na coordenação do curso de geografia e a frente da pró-reitoria de desenvolvimento institucional, a companheira manteve sua coerência com essa pauta e sempre esteve aberta ao diálogo e a apoiar os movimentos sociais. Durante a greve foi a única gestora que publicamente assumiu estar ao lado do movimento participando das reuniões do Comando de Greve; colocou seu mandato incondicionalmente ao lado dos grevistas apoiando o movimento em várias ações. Durante sua campanha, tem sido dura nas críticas a política educacional do governo Dilma, bem como tem levantado a necessidade de um amplo debate, democrático, em nossa instituição para avançarmos na concepção de qual IFF queremos. E o IFF que queremos tem que ter professores permanentes, tem que ter assistência estudantil de verdade, com moradia e bandejão, tem que ter mais bolsas de pesquisa para professores e alunos, tem que ter técnico-administrativos nas coordenações, tem que ter eleições diretas para as coordenações, tem que ter fóruns democráticos nos cursos com a participação de estudantes, professores e técnico-adminisatrativos.
Acreditamos na trajetória da companheira Guiomar, acreditamos na sua coerência e acreditamos que hoje a mesma representa os anseios dos setores mais progressistas do movimento estudantil e sindical de nossa instituição e isso ficou mais evidente nos momentos de luta. Apoiamos Guiomar nessas eleições por acreditar que podemos ter algo diferente de tudo que tivemos até agora, mas, se por ventura a história nos levar a um balanço negativo desse apoio, nos sentiremos muito tranqüilos para combater um possível desvio na conduta política da companheira. Política não é uma ciência exata e nos leva a acertos e erros, nos imprime a cotidiana necessidade de assumirmos posições que se acertadas nos credenciam a continuar fazendo política, mas, quando erradas, nos remetem à necessidade de balanço que também nos credenciam pela capacidade de autocrítica. Não temos ilusões com as futuras gestões do IFF, mas, pensamos que hoje vale a pena creditar a confiança naquela que ao longo do tempo se manteve ao lado do movimento e que pautou sua trajetória por um alto grau de coerência. Por esses motivos abrimos publicamente nosso apoio à candidatura de GUIOMAR.
No entanto, temos a convicção que as armadilhas e as pressões que um cargo de gestão pública sofre no sentido da capitulação as promessas envernizadas do MEC e do governo federal e que, assim como já aconteceu com outros, não é equivocado pensar que mesmo a mais convicta das posturas de oposição ao governo possa ser cooptada com a oferta de verbas, de vagas, e um longo etc. Nesse sentido, temos a total tranqüilidade para dizer que o apoio de hoje não é incondicional e sim em função da defesa de um programa, que pode levar a cabo as bandeiras do movimento, mas, se houver mudanças no rumo da condução das posturas de uma futura gestão de Guiomar não teremos problema nenhum em dizer que a partir desse momento estaremos em lados opostos.

Campos dos Goytacazes, RJ, 06 de dezembro de 2010.


Gustavo Siqueira da Silva
Coordenador do Curso de Geografia

Juliana Rocha Tavares
Professora de Física

Gabby Maturana Teixeira
Estudante de Geografia

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