Como candidata à Direção Geral do câmpus Campos-Centro, preocupa-me a apatia social em relação à Política. Como afirma Marilena Chauí: “As pessoas que não querem ouvir falar em política, recusam-se a participar de atividades sociais que possam ter finalidade ou cunho político, mesmo tais pessoas, com seu isolamento e sua recusa, estão fazendo política, pois estão deixando que as coisas fiquem como estão e, portanto que a política existente continue como é. O paradoxo, portanto, está em que, ao recusar a política, a apatia social também é uma forma de fazer política, ainda que de forma passiva.”
Como fica nossa participação na tomada de decisões dentro de uma Instituição de Educação, Ciência e Tecnologia, processo que está na essência mesma da Política? Com certeza, com apatia e indiferença, pouco vamos avançar.
Tenho convicção que é na prática da Liberdade que se produz a consciência necessária que nos permite atuar e decidir. Essas relações políticas que se fazem no interior da Escola, funcionam como uma inserção no mundo da participação e na busca constante por direitos e acesso a bens culturais e materiais. Pois ela é um espaço privilegiado, senão, o maior e melhor, para transmitirmos, trocarmos, produzirmos idéias e conhecimentos. Um espaço privilegiado para reunirmos a teoria e a prática.
É nesse sentido que a Educação se faz indispensável ao possibilitar a promoção do sujeito autônomo, crítico, preparado para a participação política, e conseqüentemente para uma formação técnica-profissional de excelência. Sendo o mundo do trabalho e da produção contemporâneos a nossa referência, traduzidos em nossa Instituição em seus Cursos nos seus processos de organização, exige uma formação mais ampliada (humana e técnica), consistente, constantemente atualizada, marcada pela inovação e criatividade de seus atores, em busca de conhecimentos mais complexos e relacionais. Tudo isso depende de Liberdade e Democracia, ou seja, do contexto político em que vivemos.
É assim que nossos Estudantes agregarão condições de tornarem-se ativos frente ao domínio e a prática do conhecimento. É na mediação com a Política e o Trabalho, que poderemos fazer com que “uma quantidade de estudo, desemboque em uma “qualidade”, na libertação da criatividade e no processo de emancipação.
Por isso a participação Política sobre os rumos de nossa Instituição é um dever de todos nós, sua gestão compartilhada por toda a comunidade, funciona como esclarecedora desses processos, criando em nós o hábito de participar nas decisões. Por isso nosso compromisso com o ‘Diálogo e Dedicação’, como princípio da nossa gestão e relação entre nós Servidores e Estudantes. Por isso nossa luta de sempre contra a ‘política fake’, que desmobiliza, desanima e cria a apatia social.
Sonho nessas eleições com as palavras de Antonio Gramsci: “Queremos que todos disponham, de igual modo, dos meios necessários para educar a própria inteligência, para dar a toda a coletividade os maiores frutos possíveis do saber, da pesquisa científica, da fantasia que cria a beleza na poesia, na escultura, em todas as artes.”